Us And Them - Pink Floyd - Nós e eles

 

"Us and Them" é uma das músicas mais belas do Pink Floyd. A canção narra um conflito e os dois lados opostos, deixando claro que os responsáveis pelo conflito ficam fora da zona de risco: "'À frente', ele gritou do fundo, e a linha de frente morreu. O general sentava e as linhas do mapa mudavam de lado a lado".


É uma canção de 1973, do álbumThe Dark Side of the Moon”. A música foi escrita por Richard Wright e Roger Waters com letras também de Waters. É cantada por David Gilmour , com harmonias de Wright. A música tem 7 minutos e 49 segundos, a mais longa do álbum. A música foi originalmente escrita no piano por Wright para o filme Zabriskie Point em 1969 e foi intitulada "The Violent Sequence”. O diretor Michelangelo Antonioni rejeitou-o alegando que era muito diferente de material como "Careful with That Axe, Eugene ", que era o estilo de música que ele queria usar. 

A música foi então arquivada até o making of de The Dark Side of the Moon . Foi relançada no álbum best of de 2001, Echoes: The Best of Pink Floyd , onde é a sétima faixa do segundo disco. 


A letra da música foi escrita por Waters. Descrevem a natureza insensata da guerra e a ignorância dos humanos modernos que foram dominados pelo consumismo e pelo materialismo. Numa entrevista, Waters compartilhou o significado de cada versículo:

·    O primeiro versículo é sobre ir para a guerra, como na linha de frente não temos muitas chances de nos comunicarmos uns com os outros, porque alguém decidiu que não deveríamos. 

·         O segundo verso é sobre liberdades civis, racismo e preconceito de cor. 

·         O último versículo é sobre passar por um vagabundo na rua e não ajudar. 

Nós e eles

E, afinal de contas, somos apenas homens comuns

Eu e você

Só Deus sabe que não é isso o que escolheríamos fazer

Avancem, ele gritou da retaguarda

E a linha de frente foi morta

E o general sentou, e as linhas do mapa

Moveram-se de um lado para o outro

Marcas de hematomas

E quem é que sabe qual é de quem

Feliz e triste

E no final, são apenas voltas, e voltas, e voltas

Você não percebeu? É uma guerra de narrativas

O manifestante gritou

Ouça, filho, disse o homem com a arma

Há espaço para você aqui dentro

(Quer dizer, eles não vão te matar)

 (Então, assim, se você der neles uma pancada rápida e curta)

(Eles não farão isso de novo)

(Sacou? Quer dizer, saiu barato para ele)

 (Porque eu teria dado uma surra daquelas)

 (Eu só acertei ele uma vez!)

 (Foi apenas uma divergência de opinião, não é mesmo)

 (Mas sério, ter boas maneiras não custa nada, não é?)

Desprovidos e sem teto

Não há como evitar, mas há muito disso por aí

Com, e sem

E quem vai negar que este é o motivo das brigas?

Saia do caminho, estou em um dia agitado

Tenho muitas coisas na cabeça

Por um trocado para o chá e uma fatia de pão

O velho homem morreu



A música foi incluída na Turnê "Us+Them" de Roger Waters, que passou no Brasil em 2018. Na época o Brasil vivia uma situação de polarização política muito intensa, uma espécie de guerra, ideológica, entre diversos setores da sua sociedade, causando uma grande divisão na população do país, inclusive brigas em famílias. Num país hoje dividido entre o “#eleNão” e o “#eleSim”, também um reflexo do mundo atual, estamos entrando em um perigoso terreno que pode ter consequências catastróficas. Amizades feitas no mundo real são desfeitas tanto no mundo virtual quanto no próprio mundo real, com o clique de um botão. E muitas vezes “pelo preço de uma fatia de bolo e um chá”. É fácil enfiar uma faca em um candidato por não concordar com suas ideias tanto quanto é fácil duvidar da honestidade de quem conviveu conosco por vários anos e, até então, só nos tinha dado provas de idoneidade e merecimento de confiança. Rotula-se “esquerda” e “direita” esbravejando contra o vizinho sem sequer saber o mínimo das teorias que estão por trás de cada uma dessas “frentes”. Não se trata mais apenas de economia, estado mínimo e liberalismo ou um estado super abrangente, com proteção aos menos favorecidos. Exageros acabam tornando-se comuns num cenário como esse, fazendo parecer como se seja preciso escolher exclusivamente entre o combate à corrupção ou o cuidado com as pessoas. Acaba a humanidade, a empatia pelo próximo, que, a exemplo do citado episódio de série, deixa de ser visto como um ser humano. E quem acaso opta por posições mais centristas acaba ficando no fogo cruzado entre os dois lados. Ora, afinal, para quem levanta a bandeira da extrema direita, quem está ao centro sempre estará, naturalmente, à esquerda. É inimigo, portanto. O mesmo ocorre na outra extremidade do conflito.  







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